"Cristo, nossa Páscoa, foi Imolado. Celebremos a Festa... com pão sem fermento..." (1Cor 5,7)

"Cristo, nossa Páscoa, foi Imolado. Celebremos a Festa... com pão sem fermento..." (1Cor 5,7)
Qadishat Aloho, Qadishat Hayeltono, Qadishat Lo moyiuto

Catequese I- As bases da religião- Deus

As origens: a percepção da existência e do chamado divinos.

Esse é aspecto natural de todo ser humano consciente que pisa em uma igreja (templo) todos os domingos. Para encontrá-lo, é preciso que todo homem, racional como é, pare e olhe para si. Como é um ser superior aos demais por ser dotado de inteligência reflexiva (que mede os atos, reflete sobre suas ações e as conseqüencias), o gênero humano vai estar sempre filosofando e, efetivamente, questionando o motivo das coisas e de sua estada neste mundo.

Dizem alguns céticos que o homem "inventou" Deus. Tal frase é muito pouco profunda, analisando o próprio inteligência. Poderíamos endireitá-la por observações triviais. Por elas, veremos que o homem DESCOBRE a existência de um Deus pelo próprio raciocínio. Se temos a capacidade de refletir, por exemplo, ao olharmos tudo em nossa volta, principalmente a organização do cosmos, como também a harmonia da natureza (tal sempre teve essa característica, sendo responsável o homem pelo desequilíbrio presente), a ausência de aleatoriedade (eventualidade) -vemos tudo organizado, como por exemplo, o sol nunca cicla sentido norte sul, mas leste-oeste, chegamos`a conclusão que "algo" organizou tudo isso. É a capacidade do homem para o questionamento (filosofia). Basta estarmos não muito ocupados e, em uma noite destas por aí olharmos para o alto. Quem é que não viaja em seus pensamentos? Ao observarmos as estrelas, perguntar-nos-íamos o que deu origem ao Universo. A ciência, por graça responde: uma explosão (talvez), chamada Big-bang. Segundo ela, quando a matéria ainda não existia, nem tempo nem mesmo espaço, havia uma minúscula contração, um certo ponto de união de alguns componentes, os quais entraram em agitação, gerando a conhecida explosão postulada. Está explicada pela ciência a origem do universo. Porém, quem pensa, sempre vai mais fundo (o que é natural a todo ser racional): quem deu origem a tais componentes? Ora, para uma coisa surgir, outra tem que dar origem. Eis a prova: nada surge por si só. Há sempre um pré-requisito! Os questionamentos surgem de uma maneira tão profunda, que, percorrendo a "escada das origens", há sempre um momento no qual não há mais resposta, formando-se então o ELO. Esse aí, as pretensões de certos cientistas "embebidos" de ceticismo (o qual é inútil ser partidário dele) , por mais que sejam agressivas e cegas, nunca vão conseguir descobrir, porque é uma questão da RAIZ do que eles encontraram já fabricado.

Entretanto, a filosofia, que é o pilar das ciências, dá uma charada para o homem que pensa:

"Para todo efeito existe uma causa".

É essa CAUSA original dos efeitos que o ser humano vê, e que é sempre um elo que faz com que ele também tenha uma propriedade a mais: fé. Só esta é que vai dar a lógica científica (veja que a filosofia é uma ciência) para a origem de tudo: se ele reflete tudo o que encontra pronto e sua mente faz uma escada de perguntas e se no mais primitivo não consegue achar a chave, só pode chegar à conclusão inevitável de que algo inteligente, perfeito e eterno é a fonte das coisas. E Algo que é uma consciência, não irracional. É de se pensar: até o que é aleatório não surge por si só! E vendo que tudo existe organizado, interligado, motivado, aí é que conclui a existência de uma Inteligência Suprema.

Em suma, por sua própria construção de pensamentos diante do que o cerca, o homem é guiado naturalmente a ser um ser religioso. Corrigindo a insensatez cética (como não dizer assim, porque dizer que o homem inventou a Deus é negar o pensamento dele próprio), vemos uma descoberta de Deus. Mas Deus é percebido porque se deixa assim! Tal afirmação está no simples fato de que ninguém pediu para nascer. Todos foram chamados à vida não porque escolheram. Daí vem um segundo postulado da razão humana que leva à fé: Deus vem ao encontro do homem e se permite perceber, logo porque o tal não surgiu por conta própria. Resumindo: a vida é uma prova cabal da comunicação, primeiro, por parte de Deus, e não do homem, pois esse último pensa porque vive.

A tentativa humana de buscar a Deus no decurso da história e a superioridade de Israel em relação aos outros povos

Quando estudamos a história das origens da civilização, observamos que um ponto peculiar das civilizações antigas é a criação humana de muitos "deuses". Por exemplo, no Antigo Egito havia deuses para tudo. Um bom analista religioso vai concluir que tal comportamento seria então uma insuficiência em encontrar o Elo de tudo, talvez crise por pensar tão profundo. Como não dizer assim, um certo comodismo em filosofar. Claro, não podemos culpar os antigos e compará-los com os pensadores de hoje. Mas isso (essa criação de vários deuses) era a sede de descobrir algo sobre o Elo das coisas, que é o próprio Deus, que é Único. Um homem que não segue nenhuma religião, ao estudar todas as culturas, vai descobrir que a hebraica, comparando-se com a de todos os povos antigos foi a que cria em algo transcedente, em um Único Deus, de uma maneira muito mais sofisticada e evoluída que os outros povos, coisa que foi ratificada por várias mentes dentro da Igreja, muito mais tarde, como Santo Atanásio, que dizia:

“Falar de vários deuses igualmente onipotentes é falar de vários deuses igualmente impotentes. De fato, se houvesse dois deuses igualmente poderosos, um ao lado do outro, nenhum deles seria supremo, pois um anularia o outro"

Entretanto, lendo o Antigo Testamento, podemos analisar que o povo de Israel não era diferente dos outros povos na dificuldade e na rebeldia em relação crer em um Deus Único, criador de tudo. Mesmo observando os milagres, como por exemplo, a abertura do mar vermelho, o Maná vindo do Céu, as codornizes que Deus mandara para alimentá-los aquele povo teimava em desviar-se da fé a ponto de o próprio Deus considerá-lo um "povo de cerviz dura"(Ex

Ao nos chocarmos com tal tendência de Israel, tão similar à dos outros povos, de crer em deuses múltiplos e criá-los para si, podemos concluir que a fé sofisticada adotada por eles em um Deus Único e Vivo, que não é obra da criatividade humana, não foi fruto de um esforço filosófico próprio e sim de uma Revelação recebida de seus ancestrais. Não há então, nesse caso, nenhum recurso que possa ser aplicado à inteligência do povo de Israel, diante de tais evidências contra sua própria fé Monoteísta, a produção de uma fé tão sofisticada. Assim vemos que, alguém que os antecedeu, mais especificamente o ancestral Abraão, recebeu essa revelação direta do próprio Deus, visível , por assim dizer, extraordinária, a qual o fez sair do reino de Mari (mesopotâmia), a Ur dos Caldeus, e partir rumo a Canaã, como Deus tinha mandado.

Sendo superior aos outros povos em fé, essa recebida de uma revelação da boca do próprio Deus, os hebreus serviram de sinal para os outros povos, pois eram portadores da Verdade Divina, ou seja, de um conhecimento que não era fruto da imaginação humana.

Nós cristãos, vivemos a religião hebraica que foi plenificado pelo Verbo do próprio Deus que se fez carne. Assim, cremos em um Deus Único (uma só natureza divina- a mesma fé que Abraão recebeu), que foi plenamente revelado em seu Filho. Um Deus em três pessoas distintas, mas que compartilham da mesma natureza divina.

Nossa fé cristã, consqüentemente, não é fruto também da imaginação humana, mas da revelação aos hebreus, só que de uma maneira plenificada e completa.

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