Certa vez um jovem candidato à vida monástica foi perguntar a um velho abade o que ele devia fazer para ser um bom monge. O velho disse: faze o que te digo. Primeiro, entra em um cemitério, chega lá, e xinga os mortos. Tudo o que é depreciativo dize para eles...depois volta aqui. O jovenzinho foi, fez todo o prescrito e foi falar ao velho. Este perguntou: O que eles disseram? O menino respondeu: nada.
Então o velho monge mandou o candidato ir de novo ao cemitério: vai lá de novo, mas agora cobre os mortos de elogio, dize tudo o que exalta um ser humano. Foi de novo o jovem. Daí, na sua volta, o monge perguntou: e o que eles disseram? A mesma resposta: nada.
Então o abade concluiu: faze o mesmo e serás um bom monge.
Quão sensatos são os mortos! Eles nos dão uma lição de vida. Mas por quê?
Porque a nossa língua é perigosa. Por ela os maus juízos ecoam, porque às vezes julgamos pelas aparências (não conhecemos o coração das pessoas), e a nossa voz reflete isso, a ponto de prejudicar o outro. Também por ela as histórias são distorcidas, chegando o inocente a ser culpado e virse-versa. Ainda mais por ela as más impressões expressas pela fala derrubam o ser humano. O feitiço, também por ela, volta-se contra o feiticeiro, sando maculado da mesma forma aquele indivíduo fonte da calúnia.
Ela pode ser o nosso pior inimigo (um dos).
O que nos resta então? Pedir a Deus sabedoria para não falar além da conta, não ouvir além da conta, nem ver além da conta.
Ajudai-nos, Senhor!
"Ponde um guarda em minha boca, Senhor, e vigias às portas dos lábios". (Salmo 140 [141], 3)
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