"Cristo, nossa Páscoa, foi Imolado. Celebremos a Festa... com pão sem fermento..." (1Cor 5,7)

"Cristo, nossa Páscoa, foi Imolado. Celebremos a Festa... com pão sem fermento..." (1Cor 5,7)
Qadishat Aloho, Qadishat Hayeltono, Qadishat Lo moyiuto

Calendas: poesia de uma realidade.

Vinte e Cinco de dezembro. Décima Terceira Lua.
Tendo transcorrido muitos séculos desde a criação do mundo, quando no principio Deus tinha criado o céu e a terra e tinha feito o homem á sua imagem;
E muitos séculos de quando, depois do dilúvio, o Altíssimo tinha feito resplandecer o arco-íris, sinal da Aliança e da paz;
Vinte séculos depois da partida de Abraão, nosso pai na fé, de Ur dos Caldeus;
Treze séculos depois da saída de Israel do Egito, sob a guia de Moisés;
Cerca de mil anos depois da unção de Davi como rei de Israel;
Na sexagésima quinta semana, segundo a profecia de Daniel;
Na época da centésima nonagésima quarta Olimpíada;
No ano setecentos e cinqüenta e dois da fundação da cidade de Roma;
No quadragésimo segundo ano do Império de César Otaviano Augusto;
Quando em todo o mundo reinava a paz, Jesus Cristo, Deus Eterno e Filho do eterno Pai, querendo santificar o mundo com a sua vinda, tendo sido concebido por obra do Espírito Santo, tendo transcorrido nove meses, nasce em Belém da Judéia da Virgem Maria, feito homem:

Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo a natureza humana.

O cântico acima é denominado Calendas, muito antigo na Igreja, entoado muito freqüentemente nas Missas com o Papa, na noite das vésperas de Natal.
É uma poesia, como todos vemos. Com tal caráter, não tem o objetivo de conter exatidões de historicidade. Mas nos diz muito.
Os fatos históricos pagãos e judaicos como predecessores do nascimento de Cristo dão idéia de tempo. Tempo cronológico, ao qual Deus não é submetido, mas quis submeter-se. Quis fazer parte da história que passa, para que não passasse, com Ele, que não tem fim. Quis ter participação até nos supérfluos humanos (olimpíadas e outros), menos nas suas inverdades religiosas e nos seus pecados. Quis dar sentido ao que não parece ter. Quis estar cá, não além!
É fácil pegá-lo! É um de nós!

Cantemos o Calendas!

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